domingo, 7 de fevereiro de 2016

A mulher do cabelão


Fala Galerinha!!!! Recebi este texto via Messenger do Facebook do meu parceiro Kleber, que faz parte do nosso grupo de WhatsApp do Blog. Vamos ao relato.
Praticamente em todo lugar tem suas historias, não são exclusividades da cidade. Na aldeia Ipegue, distrito de Taunay, em Aquidauana, a 135 quilômetros de Campo Grande, todo mundo conhece a história da "mulher do cabelão". Alguns dizem que se trata de uma morena, outros teimam que é loira, mas de uma coisa ninguém duvida: Trajando uma longa vestimenta branca, ela aparece debaixo de um pé de manga, em uma área mal iluminada, e prefere os dias de lua cheia. Com a beleza, encanta moradores e os leva para o cemitério da cidade. De longe é linda. De perto, tem o rosto coberto por larvas. O boato, com ares de lenda, existe há mais de 30 anos. É repassado de geração em geração e ainda assusta muita gente. Fabriciane Malheiro, de 29 anos, que nasceu na Aldeia Ipegue, ouviu essa história do próprio tio, que garante ter sido o primeiro a ver a tal assombração, em 1980. Na versão repassada à jovem, o espírito que vaga a aldeia é de uma linda morena, alta, esguia, de cabelos compridos, que aparece apenas para os homens ou para quem quer vê-la. Passava da meia-noite quando o tio de Fabriciane saiu da casa onde estava para ir ao banheiro, que ficava do lado de fora. No caminho, ao passar pelo pé de manga – que fica em uma área cercada de árvores da mesma espécie -, encontrou, pela primeira vez, a "mulher do cabelão". "Quando saiu ele viu uma moça muito bonita saindo debaixo do pé de manga. Ela olhou para ele e continuou andando. Depois, virou a esquina onde tinha um cavalo branco, mas o bicho saiu correndo", contou. O tio, tremendo de medo, tratou de fugir. Anos mais tarde, a mesma assombração teria aparecido para outros dois jovens. Curiosos, eles passaram a segui-la. “Quando ela virou para os meninos, o rosto dela era só coró”, disse. As últimas aparições da “mulher do cabelão” teriam ocorrido no ano passado. “Ela já levou um para o cemitério. Chegou perto e falou: Vamos conhecer minha casa? Quando a pessoa se dá por si já está na porta do cemitério”, relatou. Com a mesma convicção de Fabriciane, Ivaneis Gonçalves Moreira, de 37 anos, que também nasceu na aldeia Ipegue, confirma o relato, mas para ele a história chegou com algumas alterações. A “mulher do cabelão” é loira e não uma morena. O local em que aparece também é diferente. Seria debaixo de um pé de ingá e não de um pé de manga. “Dizem que ela te convida para ir até a casa dela. O pessoal fica meio vendido, meio fascinado. Tem um cara que ficou perdido no meio do mato e só voltou dias depois”. A história, para ele, é verdadeira, incontestável, porque foi repassada por parentes e moradores de confiança. “Não é bem uma lenda, porque todas as lendas são baseadas em histórias verídicas”, destacou. Acadêmico do curso de letras na UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), Ivaneis já tem o tema para o seu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso): literatura e cultura indígena. A ideia é transformar essas histórias em um livro que poderá ser distribuído nas reservas indígenas do Estado. “Está perdendo isso. A pessoa não senta mais com o filho porque já tem televisão, computador. Não conversa, não interage mais”, afirmou. Fora a mulher do cabelão, na aldeia, ressaltou, há uma porção de outros relatos assustadores: do homem que vira lobisomem, do “pé de garrafa”, o andarilho que grita à noite e faz as pessoas se perderem, entre outros.

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